terça-feira, 10 de março de 2009

Protesto Musical

Depois de alguma ausência e de pouca tempo (há quem lhe chame inspiração) para criar conjuntos de frases dignos de ser publicados.
Vou voltar, desta feita regressando aos artistas Portugueses.
Saúda-se o aparecimento de muitas novas bandas portuguesas, e a afirmação de outras. Independentemente de maior ou menos qualidade de uma ou outra vê-se que o "mercado" está agitado e isso é bom.

Já lá vai bastante tempo desde que reparei nos "classificados" e entretanto os rapazes começaram a ter projecção.
Sei que a minha velha amiga destas andanças "the star" me vai encher de porradinha da boa mas venho aqui para dizer MAL.

Numa onda certinha de um pop rock a fugir para o comercial confesso que os rapazes me agradaram com 2 ou 4 musicas que não ficando fã acabei por respeitar o trabalho e dizer bem deles a algumas pessoas. Mal eu sabia o que vinha por aí...

Eis então que pesquiso mais sobre o álbum dos "classificados" e dou com uma pérola chamada "A lua olha por mim" e aí descubro que ainda há gente a fazer melhor humor neste país que os gato fedorento ou os Contemporâneos. E digo isto porque esta música é má demais para poder ter sido feita digamos que "a sério"!

Começo a ouvir a música e a cada frase a minha boca se abria mais de espanto...e abriu de tal maneira que estava capaz de beber uma imperial a "penalti"... ( o que obviamente em condições normais sou incapaz de o fazer)

Posto isto não consigo mais resistir à tentação de partilhar com vocês a formula ideal para se fazer uma canção sobre coisa NENHUMA...dizendo absolutamente NADA, sem música, fora do ritmo, sem métrica (lá por o Palma o fazer com uma perna às costas...não é para quem quer,é para quem pode!)... faltam-me adjectivos, a verdade é que é mau demais para ser verdade.

Ponham a musica a tocar enquanto admiram a letra (sentem-se que não é brincadeira!) e digam de vossa justiça...serei demasiado embirrante????



A lua olha por mim

Hoje comprei o jornal
Compro-o todos os dias (até aqui nada de anormal!)
Não para ler nem para eu estar informado (Ò diacho...o rapaz tá de soltura!?!)
É um vicio que detenho
E que tal tenho (o que seria da canção sem esta rima?)
Como um fado (tem o vício de comprar o jornal e não o ler...esqueçam o que disse de estar tudo normal... e essa de usar o fado como sinónimo de destino já tem barbas)
Depois sentei-me no café
Na mesa do costume
E ao empregado de sempre
Pedi o habitual (...com esta é que tu me lixas-te!)
Um café e uma água mineral (reparem como habitual rima com água mineral...)
Passei os olhos pelo jornal (afinal já é para ler?...tu vê lá se te organizas!)
Tomei um golo do meu café
E num gesto decidido pus-me de pé (...para não chegar atrasado ao trabalho certamente)
Não tinha pressa nenhuma (mau!)
Ninguém ficava a minha espera (então porque raio te levantáste-te à presa meu animal cabresto?...ahhh já sei, é um rasgo de genialidade poética em que uma contradição transmite uma personalidade conturbada...a "inquietação do ser" e tretas do mesmo calibre)
Deixei na mesa algum trocado (obrigado pela partilha)
E arrumei a cadeira (só te fica bem...mas por que raio me estás a dizer isto? ahh ok, ...ainda te falta um minuto e meio de música para encher não é?)
Saí então pra rua (se Deus existe e é justo vais dizer-me a seguir que foste atropelado!)
E fui pra casa de autocarro ( em vez de te meteres debaixo de um...não há fé que aguente! !)
Desci na primeira paragem
Para acender mais um cigarro (pôr na canção essa de "acender um cigarro" dá um ar rebelde à coisa!!! Como é que ninguém se lembrou disso antes?)
Falei com toda a gente
Ouvi vários testemunhos (agora é que isto vai animar)
Tomei os meus apontamentos (...ou então não)
E escrevi uns gatafunhos (...pronto, se tu o dizes! ...e trabalhar que é bom nada?!?!)
Horas mais tarde, passeios
Vão-se despindo de gente
E uma luz pálida e serena (esta da luz pálida está ao nível do celebremente poético "silencio ensurdecedor" ..BRAVO!)
Deixa a cidade doente ( não percebi esta...foi demasiado intelectual e não estava a contar!)
Cai finalmente a noite (Isso é que foi um dia produtivo hem?!?!)
E um silêncio sem fim (....ahhhh o silêncio sem fim, como eu o valorizo enquanto vos oiço!)
Pouso a cabeça no travesseiro
A lua olha por mim (fixe para ti...)
A lua olha
A lua olha (já se ouviu....)
lua olha por mim ( e ele a dar-lhe....)
A lua olha (...dasssssssssssssssss)
A lua olha ( já não há paciência)
A lua olha por mim (eh pah, enfia-a no....)

PS: Apenas quero propor a ideia de atribuir o galardão de estrofe mais irritantemente inconsequente desde o afundamento do TITANIC a esta coisa seja lá o que isto for:

"Depois sentei-me no café
Na mesa do costume
E ao empregado de sempre
Pedi o habitual
Um café e uma água mineral "

Francamente..... E mais não digo!

9 comentários:

borrowingme disse...

isso...
reivindica-te!!!

viva os anos oitenta!!! (tinha dois anitos, mas já não se faz musica como antigamente...)

até já
bjs

Miragem disse...

A minha sorte é que não preciso de ler os classificados, nem o jornal!! :P

Beijos nossos

Custódia C. disse...

Sai um café com cianeto para a mesa do fundo ......

Moura ao Luar disse...

E já falaste demais... vê lá que nem conhecia tal coisa, mas lá tinhas tu que vir estragar tudo e mostrar-me isto... só para me enervar!!!

The Star disse...

Se era porrada que estavas à espera, desengana-te. ;)
Queres tirar a prova dos 9? Enviei-te mail.

SONHADOR disse...

fui à varanda só para ver se a luz olha também por mim.
será que sim?

abraços.

nana disse...

obrigada pela visita lá no estaminé!
chuács

Catraia_Sofia disse...

:)

Cláudia disse...

A musica dos Perfume também não faz sentido nenhum.
Segundo o M dá boa metrica :)