terça-feira, 27 de janeiro de 2009

VENHAM MAIS!!!

Pois é meus amigos, tenho a dizer que no passado domingo vi, aquilo a que se chama, a bem dizer...um "concertozasso" do catano!

E de quem? ...para vossa surpresa ou talvez não! "DEOLINDA"!

Quando pensei em comprar bilhetes, era tarde demais, mas caiu do céu um convite e ainda por cima da melhor companhia que poderia desejar para partilhar este espectáculo.

Em primeiro lugar, Ana Bacalhau canta que nunca mais acaba...da voz mais melodiosa de menina, à voz mais grave de "peito feito" ela encheu a Casa da Música como se várias cantoras estivessem no mesmo palco sendo comum a todas elas a doce simpatia e boa disposição quase traquinas, sempre saltitando na ténue linha que separa a timidez da insolente rebeldia.

Os músicos são de uma competência notável e por vezes custa a acreditar que apenas duas guitarras e um contrabaixo tenham posto de pé ao rubro, a dançar, e a aplaudir toda a plateia da casa da música.

A "Deolinda" não é só as letras castiças e bem dispostas, no domingo tive o prazer de ser apresentado a fados, a poemas bonitos e baladas tocantes, sempre com uma qualidade artística extraordinária.

Para além dos muito rodados "singles" que todos trazemos no ouvido fui presenteado também com este lindíssimo tema "clandestino", ou este "Lisboa não é a cidade perfeita".
E que dizer à excelente entrada em palco com "mal por mal"....

São de facto artistas destes que nos devem fazer comprar um CD, e são nossos....e tresandam a Portugal...e têm o desplante de o demonstrar descaramente e ainda bem!

Foram 3 "encores" sem ninguém se sentar nas cadeiras, como se de um concerto rock se tratasse, foram aplausos apoteóticos que obrigavam os artistas a voltar sempre mais uma vez ao palco com uma humildade e gratidão que se sentia na plateia...mas sobretudo com prazer em tocar.

Não tenho vídeos nem fotos da noite absolutamente contagiante de domingo, mas fica aqui este de uma actuação na antena 3 que demonstra um pouco da maneira de estar e do talento desta boa gente! 3 em 1 com Fado toninho, Fon Fon Fon e para acabar talvez a minha favorita "Movimento perpétuo associativo"



VENHAM MAIS!

Ps: Uma menção honrosa para a casa da música. Uma sala onde dá ainda mais prazer ver um espetáculo!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Better than...

Não é propriamente nova mas merecia ser mais "rodada" por cá!
Uma das bandas que mais prazer me dá ouvir desde que os conheci "pessoalmente" num concerto memorável, ao sol de uma tarde verão no Oeiras Alive 2008.
Estes moços Australianos são excelentes músicos, instrumentistas polivalentes, mas sobretudo de uma boa disposição e simpatia notáveis. Agarraram uma multidão a abrir um dia de festival (..não é para qualquer um!), foram duas horas de festa sorrisos que deixou milhares de pessoas a interagir com os músicos num concerto que se tornou numa autentica celebração.
Entre outras, esta é das que não me esqueço de ouvir sempre que ponho a tocar a minha playlist em casa no carro ou no trabalho. Uma das melhores bandas da actualidade!
...já agora vejam bem a mensagem positiva e cheia de vida da letra

John Butler Trio - Better than
All you want is
What you can’t have
And if you just look around man
You see you got magic
So just sit back relax
Enjoy it while you still have it
Don’t look back on life man and only see tragic
Because you could be better than that
Don't let it get the better of you
What could be better than now
Life’s not about what’s better than
You can be better than that
Don't let it get the better of you
What could be better than now
Life’s not about what’s better
All the time while you’re looking away
There are things you can do man
There’s things you can say
To the the ones you’re with
With whom you’re spending your day
Get your gaze off tomorrow
And let come what may
Because you could be better than that
Don't let it get the better of you
What could be better than now
Life’s not about what’s better than
You can be better than that
Don't let it get the better of you
What could be better than now
Life’s not about what’s better
All I know is sometimes things can be hard
But you should know by now
They come and they go
So why, oh why
Do I look to the other side
'Cos I know the grass is greener but
Just as hard to mow
Life’s not about what’s better than.

domingo, 18 de janeiro de 2009

18 de Janeiro e o Orgulho de ser marinhense

O fascismo chegou em Julho de 1932, quando Salazar chegou ao cago mais alto do Governo.
Sem perder tempo, logo a 31 de Dezembro de 1933, Salazar proibiu os sindicatos livres. Esta foi apenas mais uma das acções de repressão e de violação das liberdades individuais do povo Português.
Naturalmente, a revolta dos trabalhadores era evidente pela exploração de que eram vítimas, pela intimidadação que sofriam de "mão atadas".
No dia 18 de Janeiro de 1934, o levantamento operário fez tremer Salazar. De 17 para 18 e durante todo o dia 18 de Janeiro, aconteceram no país cortes de linhas telegráficas, descarrilamento de comboios, explosões, assaltos a postos policiais, etc. .
Foi na Marinha Grande que o movimento operário teve mais expressão graças à maior coesão dos trabalhadores. Estes dominaram a cidade subjugando a força da GNR local.

De madrugada, grupos de operários, concentraram-se fora da localidade e convergiram depois para os pontos estratégicos. A via férrea; cortaram árvores para obstruírem as estradas; cortaram as linhas telefónicas, um grupo desloca-se a Leiria para ajudar no corte de linhas eléctricas entre Leiria, Batalha e Pombal e os restantes grupos ocuparam o posto da GNR e o edifício dos Correios.
A população veio para a rua e solidarizou-se com o movimento dando força à revolta do 18 de Janeiro obrigando ao ataque, das forças militares da Infantaria 7, Artilharia nº 4, a polícia e a PIDE que não puseram fim ao movimento sem forte retaliação dos marinhenses ainda que numa luta desigual e perdida à partida.
(Na foto a praça junto à câmara municipal e à Real Fábrica de vidros ocupada pelas forças do regime)

A coragem, a determinação, a generosidade dos combatentes de 18 de Janeiro, permanecem desde então na memória colectiva dos trabalhadores e do povo da Marinha Grande.
Este acto heróico teve como consequência uma feroz repressão que se abateu sobre os revolucionários do 18 de Janeiro, tornando ainda mais dura e desigual a luta.

O fascismo apenas conseguiu matar homens mas nunca matou a aspiração dos marinhenses à liberdade nem a bolsa de resistência e luta activa que sempre existiu nesta cidade de gente trabalhadora e humilde que não recua jamais perante a invasão dos seus direitos e liberdades.

Salazar respondeu ao 18 de Janeiro com a criação da prisão do Tarrafal, para onde foram enviados para a morte tortura e sofrimento muitos dos heróis do 18 de Janeiro.

Desde 1934 sucessivas gerações de marinhenses, (pagando muitas vezes o mais elevado dos preços), deram com a sua luta perseverante, uma inestimável contribuição para que o povo português, derrubada da ditadura em 25 de Abril de 1974.

O último dos heróis de 1934 morreu em 2007 aos 95 anos, chamava-se João Bacharel.
Foi companheiro de luta de José Gregório, dos assassinados no Tarrafal António Guerra e Augusto costa entre outros nomes que os marinhenses tão bem conhecem.
O meu obrigado por me fazerem ter orgulho na história da minha cidade, obrigado pelo valores que nos deixaram a cargo!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Protesto do cliente

Sinto-me segregado socialmente...sou olhado como se um leproso me tratasse a cada pagamento que faço.
Seja na Fnac, continente, intermarché, na tasca da tia micas, ou na Janette que ataca na berma do IC2 ali algures a chegar ao Carregado...é impossível fugir à inevitável pergunta "tem cartão de cliente?" que soa a qualquer coisa do género: "Tem o cartão não tem?! ...é que se não tiver é uma besta com o aspecto de um invertebrado com gosma do tamanho de um Elefante e toda a gente vai ficar a olhar para si com ar misto de espanto e repugnância"
A isto segue-se um já enfadonho e resignado "Não". ...mas não desistem e pergunta em tom de indignação: "Então e não quer aderir?"...
Ora bem, NÃO TENHO, NÃO QUERO TER, NEM OUVIR FALAR...eu tenho é saudades de saber o que é pagar seja o que for sem me falarem em cartões. Se eu quiser peço...fodasse!
Querem dar cartões...dêem cartões vermelhos ao Liedson e ao Lisandro, que bem jeito dava!
É que bem vistas as coisas eu já tenho na carteira o fundamental, o cartão de sócio do Glorioso, depois tenho coisas obsoletas como multibanco, cartão dos códigos do BPInet, cartão do cidadão, cartão do VideoClube, cartão dos pontos da gasolina, carta de condução (agora estava a ver o que tinha mais para aqui, e talões de multibanco é mato...áhhhh e um "andante" que é nada mais nada menos que um passe do metro do Porto que dá frequentemente jeito a um gajo que vive e trabalha na Marinha Grande) ...voltando ao balanço, tenho ainda o cartão da livraria-discoteca onde me abasteço de musica e letras e um cartão provisório da Sportzone a que o meu pai aderiu (maldito seja)....em papel, tosco, que é frequentemente gozado pelos portadores do reluzente cartão definitivo da mesma forma que os miúdos na escola secundária que têm a pila pequena eram gozados ...eu sei disso porque gozava com eles obviamente!
...tenho ainda talões de desconto do Continente do tempo em que abastecia na Galp...
Ora se eu fosse um cidadão normal, teria ainda o da Fnac, Intermarché, Modelo,( e outros que tais) CityBank, credifone, cartão de campista e de membro da federação portuguesa de chinquilho...
Abençoado Pingo Doce onde só me perguntam se quero um saco para levar as compras, para além de terem lá umas alheiras de caça divinais! Já vos tinha dito????

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Desta vez em vez de protestar, agradeço!

Era bom mas acabou-se, uns dias de férias a apanhar a mudança de ano é melhor que bom.
1º a visita a Vila do Conde onde teimam em esperar por mim alguns os sorrisos mais bonitos de que posso disfrutar, uma casa distante daquela que conheço todos os dias mas que teima em fazer-me sentir que nunca parti.
Na volta escala programada na Figueira da Foz começando por uma passagem de ano a rever velhas amizades e a matar saudades de caras conhecidas, comer bem, beber mehor em 4 dias de "papo p'ro ar" que foram suficientes para constactar que é impressionante a quantidade de minis que se conseguem mandar abaixo numa casa de gente séria e responsável.

Depois das ferias...e foram férias mesmo férias, logo numa altura em que me anda a apetecer ouvir umas modinhas mais calmas eis que vêm as boas notícias músicais!

Em Maio, Antony & The Johnsons vêm aos coliseus para 2 concertos...eu lá estarei se até lá não me cair nenhuma bigorna na pinha. Para quem não conhece deixo aquela que foi a 1ª musica deles que em boa hora me ensinaram a ouvir, e a melhor frase para a adjectivar é aquela que me disseram nesse dia: "....é tão linda!!!"
A personagem excentrica do próprio Antony, femenina, a roçar o andrógeno, estranha-se, mas os ouvidos tratam de clarear as ideias!

Podem também dar um passeio por ESTA GRANDE MÚSICA, e também por ESTA IGUALMENTE BRILHANTE.



A música desta banda é intimista, por vezes até a puxar a temas deprimentes, mas a beleza nem sempre está na felicidade mais óbvia.

Prometo os Verdadeiros artistas portugueses nos próximos capítulos...em vem aì coisa boa!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Protesto da revolta

Vinha escrever sobre as férias...sobre música e boa vida, mas o protesto que me corre nas veias deixa-me virado do avesso.
A situação em GAZA é absurda, é uma aberração.

Independentemente dos motivos de cada um dos lados do conflito, da minha posição política ou religiosa que não são para aqui chamadas estamos assistar a uma autêntica atrocidade.
Há uns dias atrás vi um asno na forma de uma ministra Israelita a dizer com a maior das leveza e desportivismo que as baixas civis num conflito armado são "normais e inevitáveis", ou seja....acontece! Temos pena...
Entretanto, caem bombas indiscriminadamente em escolas da ONU, em casas civis e hospitais matando indiscriminadamente crianças e adultos... E veja a mesmíssima grandessíssima meretriz Israelita a dizer: "Se morrem civis é porque o Hamas os usa como escudo humano, logo é responsável por essas mortes", vou novamente traduzir... eu quero matar meia dúzia que se escondeu (ou não) numa escola da ONU cheia de crianças e gente inocente, logo vou bombardear a Escola, mato 40 ou 50 e digo ao mundo que a culpa não é minha! ...simples não é?
Estamos a falar de gente que vive num estado criado há meio século em território Muçulmano e que a 1ª coisa que fez foi começar a comer as fronteiras dos outros criando colonatos em território que não lhe pertence, gente que invade as fronteiras alheias erguendo muros de betão de 8 metros de altura, que envergonham o muro de Berlim.
Se pessoas houver que comam este argumento, estimo bem que o sr. doutor na próxima consulta lhes receite supositórios do tamanho de misseis israelitas....


Gostava também que tivessem de explicar ao pai deste menino que isto são "coisas que acontecem..." Gostava que lhe dessem uma boa razão para não disparar uma arma no memento de vingança.
Portanto meus amigos, choquem-se, deixem de cá vir, mas não consigo sensurar aquilo que não posso assegurar não fazer também, pois quem vive todos os dias no inverno não pode ser obrigado a conformar-se e não terá jamais ter medo de morrer.

Abomino o terrorismo em todas as formas. Abomino que o Hamas lance rockets sobre cidades Israelitas e mate pessoas e isso para Israel é terrorismo...

Israel lança misseis caros e mata gente e diz que é apenas "guerra"...usando a mais cínica e velha desculpa que é "Ele começou primeiro..!!!"

Mais uma vez traduzindo: Eu ando num carro velho e atropelo alguém logo sou um assassino, se andar de Ferrari e matar alguém, paciência..acontece aos melhores!

Por favor alguém me passe um atestado de burrice e me explique qual a diferença!